![Descobrindo as Confissões de Agostinho](https://static.wixstatic.com/media/6aab26_b730c9f62d4a48dbac28094dd71bfeea~mv2.webp/v1/fill/w_980,h_472,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/6aab26_b730c9f62d4a48dbac28094dd71bfeea~mv2.webp)
Confissões de Agostinho e uma jornada para dentro de si
Certamente, a obra Confissões de Agostinho de Hipona – teólogo, professor de retórica e filósofo – ocupa um lugar de destaque nas fileiras literárias do Ocidente.
Como um tesouro inesgotável, o leitor é simplesmente imerso num caminho de introspecção através do sublime convite agostiniano; numa viagem guiada para dentro da mente do teólogo – e que campos verdejantes de filosofia e teologia o feliz leitor da obra encontrará!
Aos longo de uma coletânea de livros, a doxologia presente nas linhas que narram uma vida inteira de sucessos e desventuras do teólogo, emocionam e cativam há séculos, católicos e protestantes, ateus e agnósticos, sendo Agostinho considerado uma espécie de ‘doutor comum’.
Através dessas duas questões imprescindíveis, desejamos que você possa compreender mais sobre as Confissões de Agostinho e dela se servir!
1º Questão: Para quem foi destinada a obra?
Enfaticamente para nós – e “por nós” lê-se o gênero humano. Embora chamada de “Confissões”, Agostinho não destina a obra para Deus, mas sim perante Deus, e destinada a nós como forma de participarmos de suas experiências e verificarmos nossos corações, tal como ele mesmo fazia.
“A quem conto isso? Não a ti, meu Deus, mas perante ti conto ao meu gênero, ao gênero humano, por pequena que possa ser a porção dele que se deparar com meus escritos”.
Ao contrário do que achava Agostinho, sua obra foi lida não por um pequeno grupo de pessoas. Para além do que pode sugerir o título “Confissões”, o teólogo destina o seu escrito à experiência humana construída em cada indivíduo que, ao se deparar com a obra, possa se identificar com as mazelas e doxologias agostinianas.
2º Questão: E para que foi escrita a obra?
A obra Confissões, mais do que qualquer outro propósito, é um chamado profundo ao autoexame e introspecção a fim de verificar nossa própria condição.
[…] “evidentemente, para que eu e qualquer um que leia essas coisas reflitamos sobre quanto é necessário clamar a ti das profundezas”.
Agostinho expressa que ao olhar para dentro de nós e nos deparar com nossa condição, sob a iluminação divina, encontramos a Deus.
“Clamar a ti das profundezas”, em referência ao Salmo 130, sintetiza muito bem o espírito geral da obra.
É uma obra que, uma vez refletida, aponta em nós os pecados do cotidiano – dos mais gritantes aos “ordinários” – sondando pensamentos que estão presentes, não somente em Agostinho, mas em mim, em você, no gênero humano, portanto se torna matéria comum de análise para todos.
Agostinho descortina o ser humano ao abrir sua vida em um gênero literário peculiar que une seus elementos biográficos, filosofia, teologia e doxologia, embora sejam suas anedotas e seus pensamentos de tais eventos que lancem luz a obra de modo inigualável.
Confissões, filosofia, teologia, doxologia e muito mais!
Dividido em 13 livros – ou o que modernamente chamamos de capítulos -, essa miscelânea de facetas, da autobiografia à filosofia, é ligada por um propósito e traduzida por uma máxima muito simples: demonstrar que olhar para nós mesmos é perceber o quanto precisamos de Deus.
Com essas Confissões, Agostinho nos convida a embarcar em uma jornada de autoconhecimento e reflexão. Ao explorar suas próprias experiências, ele nos desafia a questionar nossas próprias vidas e a buscar uma compreensão mais profunda de nós mesmos. Por meio de sua escrita, ele nos leva a contemplar os mistérios da existência humana, a natureza do pecado e da redenção, e a nossa relação com o divino.
Ao mergulhar nas Confissões de Agostinho, somos convidados a refletir sobre nossas próprias confissões internas, nossas lutas e nossos anseios mais profundos. Através de sua escrita rica e introspectiva, Agostinho nos mostra que a busca pela verdade e pela conexão com o divino é uma jornada universal e compartilhada por todos nós.
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