Os acontecimentos de O Silmarillion
O Silmarillion é a mitologia por trás de todos os acontecimentos da Terra-Média. É a ‘mítica’ dentro da mítica. São contos que narram os eventos da Primeira Era, antes do alvorecer do universo de Tolkien através dos atos criativos de Eru (chamado de Ilúvatar na língua élfica), o Uno, a representação de Deus na obra tolkieniana, até os eventos do início da Terceira Era – onde se situa historicamente a saga de O Senhor dos Anéis.
Ilúvatar inicialmente criou seres divinos chamados de os Ainur. Eles apenas se expressavam através da música – cada um com um tom diferente diferente do outro.
Foi pedido aos Ainur que cantassem, cada um ao seu modo. Ilúvatar deu o tema da música a eles, pois cada um só conhecia a porção de música que lhe competia respectivamente, embora gradativamente crescessem em conhecimento até que formaram um coral por meio deste tema primordial, e Ilúvatar os escutava, alegre. Entre os Ainur, havia um que desejava ser notório entre os demais. Seu nome era Melkor – que viria a ser o futuro mestre de Sauron, Morgoth, o Senhor Sombrio.
Ele começou a conturbar a música dos Ainur, porém seu sucesso foi frustrado por Ilúvatar, que regeu o restante da música conforme sua vontade, demonstrando sua supremacia.
A música produzida pelos Ainur – chamada também de “O Canto dos Ainur ou Ainulindalë ” – criou o universo Eä e Arda – a terra imaginada por Tolkien.
“Poderosos são os Ainur (Valar), e o mais poderoso entre eles é Melkor; mas para que ele saiba, como todos os Ainur, que eu sou Ilúvatar, essas coisas que cantastes, eu mostrá-las-ei para que vejais o que fizestes. E tu, Melkor, hás de ver que nenhum tema pode ser tocado que não tenha sua fonte última em mim, nem pode alguém alterar a música à minha revelia. Pois aquele que tentar há de se revelar apenas instrumento meu para a criação de coisas mais maravilhosas, que ele próprio não imaginou.”
Os Ainur – que até então apenas ouviam – agora conseguiram ver a criação que eles ajudaram a conceber e se regozijaram. Parte deles foram habitar em Arda e outra parte permaneceu com Ilúvatar.
O Silmarillion ainda narra os embates de Melkor contra a criação de Ilúvatar e contra os Valar – os mais poderosos entre os Ainur; a criação dos Maiar – raça da qual faz parte Gandalf, Saruman e Radagast, O Castanho; além das histórias sobre os anões, elfos e homens.
Outro destaque importante do relato é a batalha dos Altos Elfos contra o Senhor Sombrio para reconquistarem as Silmarils roubadas – três jóias que carregam a luz resultante das Duas Árvores de Valinor – a morada dos Valar – destruídas por Morgoth.
É possível encontrarmos personagens conhecidos em O Silmarillion como Galadriel e Elrond que estão presentes na Terceira Era – acontecimentos de O Senhor dos Anéis.
A Divisão da Obra
A obra O Silmarillion está dividida em pequenos livros que são:
AinulindalëÉ o mito da criação. O livro conta os primeiros acontecimentos da Terra-Média, quando Ilúvatar criou todas as coisas.
ValaquentaTrata-se de um resumo dos eventos relatados no Ainulindalë – a criação do mundo e também relata os poderes dos deuses (Valar) e suas descrições.
Quenta SilmarillionEsta parte trata da história das Silmarils – as jóias que carregam o poder das Duas Árvores de Valinor que foram destruídas por Morgoth, que também rouba as jóias.
AkallabêthAkallabêth significa “a queda”. Narra a história do povo de Númenor e da queda de seu reino dado pelos Valar no fim da Segunda Era, bem como sua rebelião contra estes últimos.
Dos Anéis de Poder e da Segunda EraConta a história da criação dos 20 anéis de poder criados por Celebrimbor elfos-ferreiros de Eregion, ensinados por Sauron – em uma forma disfarçada, e as desventuras advindas da criação dos anéis.
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