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Porque Israel é tão importante para os Cristãos?

Foto do escritor: Bruno PhilippeBruno Philippe
Porque Israel é tão importante para os Cristãos?

 

Por que Israel?


Ainda que para muitos a relação entre Israel e os cristãos seja evidente, muitas pessoas não compreendem a razão desse fato, principalmente devido às profundas discordâncias que ambas as partes frequentemente carregam.


Para os judeus, os cristãos possuem elementos adicionais em sua fé. Para os cristãos, os judeus têm elementos a menos.


Diante disso, por que tanta simpatia e mobilização por parte dos cristãos, especialmente de cunho evangélico, em relação à nação israelense?


Israel como o povo da revelação


Embora dentro dos círculos cristãos haja divergências quanto a Israel, especialmente sobre seu papel na atualidade, é consenso que Israel, desde os tempos antigos, foi designado por Deus para ser o povo pelo qual o nome do SENHOR se tornaria conhecido por outros povos.


Isso significa afirmar que para os Cristãos, o povo judeu foi preservado ao longo dos séculos por meio da aliança que Deus estabeleceu com seus patriarcas, Abraão, Isaque, Jacó e mais tarde Moisés. A Igreja, ou seja, os cristãos, são, de certa forma, os resultados dessa aliança para tornar o nome de Deus conhecido.


Afirmando que os cristãos reconhecem Israel como o povo da revelação, estamos dizendo que eles assumem que Israel foi escolhido por Deus na antiguidade para ser o meio pelo qual os outros povos conheceriam o Seu nome e de onde viria a salvação prometida do Messias.


A importância de Israel no Antigo Testamento para os Cristãos: Prenúncio Messiânico


Na Bíblia, há uma divisão que corresponde ao curso da história, dividida pelo nascimento de Jesus; os livros que precedem seu nascimento são chamados de Antigo Testamento, conhecidos como Tanak pelos judeus, e os que seguem são chamados de Novo Testamento.


No Antigo Testamento, é relatado que a nação de Israel recebeu esse nome a partir de um de seus patriarcas, Jacó, que teve seu nome mudado por Deus para Israel. Esse nome está intimamente ligado à história de Jacó.


Jacó, ou Israel, migrou da terra de Canaã – atual território que abrange a Cisjordânia, Israel, Gaza, Jordânia e parte do Líbano e Síria – para o Egito para viver com seu filho José e seus netos Manassés e Efraim.


De Canaã, Israel levou sua família, incluindo seus filhos Rúben, Simeão, Levi, Judá, , Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom e Benjamin.


Este fato é importante porque todos os nomes em negrito deram origem às chamadas tribos que compunham a nação de Israel, como Deus havia prometido que de Jacó (Israel) surgiria uma grande nação.


Israel usou essa divisão por tribos durante séculos para organizar os aspectos religiosos, econômicos e militares da nação, mesmo nos períodos em que não possuíam um território fixo, como no Êxodo ou no cativeiro babilônico.


Esse fato sobre as tribos de Israel é notório, pois Deus havia prometido que o Messias viria da tribo de Judá, de onde também descende o grande rei Davi, fortalecendo a ideia de que Israel era o berço do Salvador e foi escolhido por Deus para ser a nação da qual viria a salvação.


Discutiremos em detalhes a figura central do Messias mais adiante para entendermos os detalhes da relação abordada em nosso texto.


Tanto judeus quanto cristãos acreditam que o profeta Moisés recebeu do próprio Deus o Decálogo, o conjunto de leis morais escritas em pedras que esteve guardado em uma arca durante séculos e protegido pelos hebreus como elemento central do Tabernáculo.


Para os cristãos, essas leis dadas a Israel possuem um papel fundamental em termos de valor histórico e teológico, sendo o guia para entender o padrão moral que Deus reservou para a humanidade.


Toda essa lei, o relato da origem do mundo e as histórias dos patriarcas contidas no Antigo Testamento, principalmente nos cinco primeiros livros chamados de Pentateuco, são de suma importância para judeus e cristãos.


Outro motivo igualmente importante é que todo o Antigo Testamento é o relato de pessoas que conheceram o SENHOR e tiveram suas experiências registradas para que Ele fosse conhecido ainda no Mundo Moderno. Além disso, o próprio texto das Escrituras recomenda que Israel seja honrada pelas demais nações, como se vê no Salmo 122: 

“Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam.”

A importância de Israel no Novo Testamento para os Cristãos: Cumprimento Messiânico


Um fato relevante do Antigo Testamento é que nele está prometida a vinda de um Messias, um libertador do povo que reinaria perpetuamente e estabeleceria a paz com sabedoria e justiça incomparáveis.


Em diversos trechos do Antigo Testamento, encontramos registros que apresentam requisitos e características físicas, geográficas, espirituais e psicossociais que esse Messias possuiria.


Alguns desses requisitos são:


  • Ele descenderia do rei Davi.

  • Nasceria na cidade de Belém.

  • Estabeleceria um novo pacto entre Deus e a nação, onde as Leis Divinas seriam escritas no coração.

  • Seu nascimento estaria relacionado a uma estrela.

  • Ele teria poder para realizar milagres.

  • Seria um “servo sofredor”, conhecendo o trabalho árduo e sendo rejeitado e humilhado.

  • Ensinaria sobre Deus aos pobres e traria consolo.


Essas são algumas peças importantíssimas para que a outra metade da Bíblia, chamada de Novo Testamento, e todos os seus autores pudessem declarar concisamente em alto e bom tom o nome do Messias: Jesus de Nazaré, o Cristo.


Para os cristãos, Jesus é o messias profetizado no Antigo Testamento, e isso permanece bem alicerçado sobre todas as evidências indissociáveis da nação de Israel: os requisitos proferidos pelos profetas que são o legado de Israel, a cidade de Belém, a raiz judaica de Jesus e todo o conjunto de ordenanças da Lei cujo o qual, na qualidade de Sumo Mestre, cumpriu, obedeceu e ensinou dando o sentido correto e testemunho ilibado.


Em outras palavras, todo o que nos remete a Jesus como figura central do cristianismo e crença estandarte dos cristãos se dá sobre um pano de fundo hebraico/judaico. Por isso, alcunhas messiânicas que só podem ser entendidas à luz desta mesma cultura, como “Raiz de Davi”, recaem sobre Jesus para os cristãos.


Há ainda mais duas razões relacionadas ao Novo Testamento que destacam a importância de Israel como nação para a Igreja.


A segunda esfera de importância que os cristãos atribuem ao povo de Israel está relacionada ao apóstolo Paulo, também conhecido como o Mestre dos Gentios ou o Doutrinador da Igreja. Ele escreveu textos de grande importância para os cristãos, como a carta aos Romanos.


O apóstolo reconhece que a salvação foi transmitida dos israelitas para os gentios e afirma que a restauração de Israel se cumprirá no futuro, e que é digno de nota o fato da salvação ter vinda dos judeus. Paulo usa a metáfora de uma árvore, onde as raízes são a nação de Israel e os ramos são a Igreja, demonstrando a ligação que os cristãos compartilham com os israelitas a partir das promessas do Antigo Testamento e da vinda do Messias.


Por último, os cristãos acreditam que, no Juízo Final, toda a nação de Israel será restaurada, e os novos céus e nova terra são chamados de Nova Jerusalém no livro escatológico dos cristãos, o Apocalipse, escrito pelo apóstolo João.


Elo entre judeus e cristãos


Os pontos mencionados acima não abrangem completamente a profunda conexão entre os cristãos e os judeus. Há muitos outros aspectos que poderiam ser considerados, mas é impossível entender com profundidade o que a Bíblia diz sobre seus pontos mais importantes sem o conhecimento que vem dos séculos da cultura hebraica.


Cristãos de todo o mundo se unem em oração por Israel, muitas vezes hasteando a bandeira israelita que ostenta a Estrela de Davi no centro.


Israel é amada pelos cristãos não apenas pelo que representa no passado, presente e futuro, mas acima de tudo pela importância que possui diante dos olhos de Deus.


“Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam.”



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